"Para estar comigo tem que comer caco de vidro?"
Olá Estranhas e Sinistros! Há alguns meses atrás viralizou uma fala de Tallis Gomes, um dos donos de uma suposta rede de educação particular, a G4, onde o empresário lança pérolas neoliberais. Esse texto é pra quem aguenta doses cavalares de hipocrisia, então se prepare!
O playboy fala que Deus o livre de uma CEO mulher. Que tem que comer caco de vidro pra trabalhar com ele, ficando ao lado dele trabalhando 7x0. Quem conhece o playboy sabe que essas “noites viradas” é nas costas de seus colaboradores enquanto esse tipo de gente fica tomando cerveja e jogando videogame, postando o Instagram que está trabalhando até aquele horário. Ex colaboradores apareceram contando a realidade sobre o dia-a-dia na G4. Não há plano de carreira, as promoções são baseadas em relacionamento com os chefes em detrimento da capacidade e das entregas dos colaboradores, inúmeros casos de assédios morais e horas extras trabalhadas não pagas. O bingo neoliberal de sempre. Isso me lembrou de uma época “comendo caco de vidro”:
Um dia quebrou um cano de água onde eu vivia e eu fiquei literalmente vários sem poder dar descarga, tendo que literalmente descer até a garagem para buscar baldes d’água para conseguir uma descarga “manual”. Ou seja, eu tinha que calcular o uso do toalete com a disponibilidade dos baldes e das torneiras - que dependiam da boa vontade do zelador, que não morava no prédio.
Naquela época e isso me trouxe a seguinte reflexão sobre a condição humana: Se nem um vaso sanitário é capaz de aceitar “qualquer coisa”, tem muita gente aceitando qualquer esgoto imaginando que isso lhes garante superioridade moral sobre aqueles que choram e não aceitam migalhas! Ou que talvez por medo da rejeição, isso garanta que o outro não se afaste de nós…“Para estar comigo, tem que comer caco de vidro!” Enfia caco de vidro na sua descarga e acione o autoclismo, depois me conta o que aconteceu!!!! Mas não vale pedir pro colaborador limpar a bagunça depois. É muito conveniente pagar de grande empresário quando não se tem que lidar com as consequências de seus discursos e práticas criminosas.
Ao fim e ao cabo, é por isso que dignidade, não tem preço, e é por isso que o acesso à saneamento básico fazem as pessoas entender, assim como eu entendi, que valão, um esgoto a céu aberto, típico das favelas brasileiras é a única alternativa que “aceita” todo tipo de lixo… Mas que na verdade, só joga o problema pra na mão de outra pessoa. Aquele que não cuida do seu esgoto, está fadado a jogar porcaria no seu semelhante ou terminar nas sinucas das insanidades profundas.